terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um século a noite.

O ponteiro cai com o peso dos séculos
o mesmo peso que sinto em meus olhos
que, ainda assim, se mantém abertos

Não há um só objeto
em meu escuro quarto deserto
capaz de prender-me a atenção

Assim, então, ficamos eu e meu eu-lírico
vagando como sombras
no dia que se esvai lentamente
pisando nos cacos de vidro no chão da minha mente.

Até que os séculos vençam,
o dia morra,
outro nasça sem remorso
ou respeito algum
e eu acorde
em algum quarto ensolarado
parecido com o meu.
Sem lembranças oníricas
de Morfeu nenhum.

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