Fumei um cigarro inteiro
num ímpeto estrangeiro
de mudar de vida.
Rasparia a cabeça
com toda certeza
de que minha imagem mudaria.
Começaria assim,
com o exterior de mim
que a mudança é assim mesmo:
de fora pra dentro.
Alguém aponta e ri
e você chora se escondendo.
Ai esse cigarro grudento!
E essa lágrima escorrendo...
Quem é esse cara
que me tira na marra
o prazer de lento ir morrendo?
Quem é esse garoto
que me esfrega no rosto
a culpa de eu ser tão novo?
Acendo outro cigarro
e já é o terceiro.
Olho o oráculo
nas costas do maço
e o sorriso vem ainda que torto.
D
E
R
R
A
M
E
Mas essa sorte não tenho.
Então o plano primeiro mantenho
e planejo meu futuro correndo:
atos insanos e repentinos,
amores unilaterais,
fodas casuais
e morte num hospício.
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