Havia algo de incrível. Algo que fazia tudo parecer sublime, que me levava ao êxtase sem dificuldade. E, com certeza, havia algo de divino que me forçava à cultuá-lo. Não, eu o fazia por querer. Mesmo porque a outra opção seria não adorá-lo.
Uma vez passei o dia com ele, o dia inteiro, e no final da tarde nós compramos vinho. Barato, tinto e doce.
Jovem, sofisticado e tentador; novamente me pegava a adorá-lo , nem mesmo meus sentidos torpes de álcool o deixava escapar. Não importava que tudo ao redor tornara-se abstrato, ele se manteria belo, culto e incrívelmente atraente.
Certo dia, numa conversa qualquer, ele deixara escapar um elogio à mim: interessante. Interessante! Minha cabeça girou,... não! dançou. Senti-me um tanto quanto débil, como quando retorna-se de um sonho muito denso.Por pura pretensão fingi também deixar escapar-lhe um elogio, sendo isso uma mensagem inculta: "Me compra, me compra!" e o mais incrível foi que ele comprou.
Porém me arrependo. Sim, me arrependo. No momento em que meus desejos foram satisfeitos eu não poderia estar imerso no mais sublime gozo. Mas, desde esse ocorrido, você perdera a graça, tornou-se monótono e desinteressante; triste.
Talvez eu seja cruel e toda essa obsessão passageira. Como algo que some...
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